Como eu sobrevivo sem amigos me cercando? Não sei.
Pensei, pensei e botei fé no que uma amiga me disse.
“Você é carente e precisa de mais atenção que os outros.”
Puta merda, que loser eu sou. Eu to acreditando nisso agora, mas to achando engraçado.
Nunca tive grupinhos e recordando, quando eu entrei o grupinho se desfez.
O meu 1º e último grupinho foi no 3º ano do 2º grau.
Eramos 4 gurias revoltadas. A diretora do colégio era tão ignorante, minha nossa. Era uma anta e era feia igual o capeta. Perguntava porque a gente usava roupa rasgada, cabelo colorido e sempre pedia pra gente não bater nos outros. Fazer o que?
A gente se divertia muito. Bebíamos vinho na hora do intervalo, pulávamos o muro, pogavamos na sala de aula, era ridículo, mas era muito bom.
Até que o ciúme reinou.
Eu e a Julia éramos as virgens e não entravamos em todos os assuntos.
Pinto, porra, motel, dedo. Nossa, a gente até se assustava.
O ciúme de uma das gurias foi tão grande que ela criou situações, mentiu, fez de tudo pra nos separar. Hahahahahaha coisa idiota.
Foi ai, com uns 17 anos que eu botei fé nas historias de novela, tá ligado?
Coisa de loko.
Por final eu e a Ju somos amigas até hoje, sempre sinceras mesmo que machuque. É assim que cultivamos a nossa amizade sem grudes.
Prefiro assim. Prefiro não criar discordia.
Beijo ai pra você que se importa!
Ilustrações de Marion Peck
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